quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

6 - Demos de jogos e sua real importância no mercado

Olá, como vocês estão? Tiveram uma boa virada de ano? Pra mim está tudo igual.

O texto de hoje foi inspirado em uma conversa que tive com um amigo meu, depois que eu passei a jogar um jogo que até então, eu não gostava apenas por preconceito: Falo de Driver: San Francisco. Também falarei de como as demos dos jogos em geral são tão ruins para a sua divulgação no mercado.

Ilustração do modo multiplayer de Driver: SF

Eu sou um cara que adora jogos de corrida. Gosto de vários estilos de corrida, desde Mario Kart até Forza, de Dirt até FlatOut, e por ai vai. Cada jogo me traz uma experiência diferente ao jogá-lo. Mas quando anunciaram Driver SF pela primeira vez na E3 de 2010, devo admitir que achei o seu conceito estranho, com aquele lance de trocar de carros e coisas do tipo.

Com o passar dos meses, criei a opinião de que o jogo era ruim, pelo simples fato de ter esse recurso. Mas na verdade eu ainda não tinha jogado nada dele para concluir isso. Apenas fui pelas idéias de outras pessoas que tinham jogado a versão demo do jogo (bem ruim por sinal) e assim criei meu ponto de vista. Quando finalmente comprei o jogo nesse final de ano e o joguei, foi um dos jogos de corrida mais divertidos que já peguei.

Quem não gostaria de voar assim pela cidade e ter super poderes?

Isso me fez pensar em como as demos de jogos são inúteis para a venda de um produto, por não refletirem de maneira alguma a imagem do produto final. Isso é tão verdadeiro que até mesmo nas demonstrações de vários jogos (includindo Driver SF), temos a seguinte mensagem durante o loading:

"Esse conteúdo NÃO representa o produto final, e a experiência pode mudar".

Oras, se a experiência pode mudar e não representa o produto final, então não deve ser encarado como parte do processo de venda.

Na minha opinião, a demo só serve pra uma coisa: Aliviar a ansiedade dos fãs, e desamolecer os membros de quem não vê a hora de finalmente colocar as mãos no jogo completo. Mas isso pode ter o seu efeito colateral: Uma demo sempre tem pequenas diferenças, e sua experiência limitada pode quebrar o encanto que o jogador tinha, o impulso muitas vezes utilizado pela indústria, que faria o consumidor comprar o jogo sem pensar muito se valeria a pena. O jogador pode acordar para a realidade, ou ter uma opinião distorcida apenas por uma experiência medíocre proporcionada por uma demonstração de jogo.

Mas como até mesmo os criadores de um jogo sabem que a demo "não" representa a experiência plena do jogo completo (a ponto de avisarem isso nos jogos), não pode ser usado como um parâmetro de comparação para se dizer que o jogo X é bom, e o Y é ruim. Apenas serve para você jogar um pouco e matar sua sede de fã.

Qualquer jogo que tenha um Dodge Challenger R/T merece ser testado.

Concluindo, o que causou estranheza em muitas pessoas pode ter sido a forma na qual o produto (Driver SF) foi apresentado pela Ubisoft desde o início. Confiram quais foram os dois maiores erros para ferrar a imagem de um jogo que sequer tinha chegado ao mercado:

Erro 1: Logo na E3 deram o maior spoiler da história (Tanner estava em coma). Isso explicava o poder de shift entre os carros, e ao mesmo tempo matou todo o tesão da história. Felizmente, um bom jogo de corrida não precisa de uma boa história.

Erro 2: A demo do Driver SF é simplesmente ridícula. Mostra uma corrida de rua onde o jogador pode fazer a troca rápida de carros, algo que raramente é usado no  jogo normal ou no multiplayer, e uma missão besta do single player. Por que diabos então apresentar isso como uma das novidades principais?


Isso fez com que muitas pessoas perdessem o interesse por Driver: San Francisco antes mesmo de jogarem a versão final, o que é realmente triste. Ainda assim, o jogo tem muitas pessoas no multiplayer (até mesmo no PC, a plataforma menos jogada por esse público) e é muito divertido.

Driver não tinha uma identidade própria desde o Driver 2. Depois disso, começou a desandar em versões estranhas. Mas essa última versão, que mistura um pouco de "Matrix" ao Driver, resultou em uma experiência que vale a pena conhecer de perto.

Se no passado, Driver parecia com GTA, agora ele lembra um pouco mais o Burnout, mas ainda assim, é uma ótima experiência pra se jogar entre amigos ou na internet.

Fica a dica: Antes de falar mal de algum jogo, joguem a versão completa e final do mesmo. Só assim, terão uma opinião justa do que o produto realmente oferece.

4 comentários:

  1. Pois é meu amigo, ta ai um dos jogos que entraram para a lista "não joguei em 2011, mas to afim." :)
    Drive 1 é um jogo muito natural, ele rendeu boas horas de diversão e acho que grande parte dessa "culpa" era limitação de hardware. Tentaram inovar, fazer acontecer... não rolou. Acho até que Stuntman (dos mesmos desenvolvedores) foi mais feliz que continuar Driver. Quando li sobre esse "SF" achei bizarro. Quando joguei a demo, achei boa jogabilidade (média em alguns fatores), mas me diverti pacas puxando uns cavalos de pau com o Challenger. Porém, jogar em si foi frustrante. As missões pentelhas, até engraçadas com bons diálogos. Mas a quantidade de erros, de escapadas do carro etc. me frustraram. Sai da demo triste, chateado... porque era um dos jogos que eu mais contava. E agora? Já baixou pro caiXote 360? :)

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  2. Discordo completamente.

    A Demo de um jogo serve para você ver se você gosta do jogo ou não. Como sempre gosto de fazer, comparo um jogo com um outro produto qualquer pois, afinal, um jogo é como qualquer outro produto do mercado. Comparemos então a Demo como aquelas degustações de produtos comestíveis que vemos várias vezes.

    Você vai no mercado e lá está a moça com um copinho do café para você experimentar. Você vai sentir o gosto, saber se é bom ou não. Ele também pode não ser exatamente o gosto que você sentirá no produto final, pois o café pode estar lá já há muitas horas, e portanto não tem aquele sabor de café que acabou de ser feito. Também a moça que fez pode ter errado a dosagem e deixado muito forte ou fraco. Porém, é através dele que você vai saber se gostou ou não do café. Cabe ao fabricante do Café e organizador da ação, deixar que o Café esteja em condições ideias para que o cliente goste e compre o produto.

    O mesmo vale para as Demos. Cabe ao produtor deixar a Demo do jogo agradável, atraente, para que o jogador tenha o interesse de comprar o jogo. Por isso eu entendo que a demonstração faz parte fundamental do processo de venda do jogo, principalmente nos dias de hoje com milhares de opções de jogos gratuitas. Antes de comprar um jogo que você não conhece, você quer experimentar.

    E só para terminar, aquela frase que aparece em todas as demos é a chamada "Segurança da Produtora". Ela existe exatamente para que este seu argumento neste post possa ser utilizado. Ou seja, se o cara não gostar da Demo, ele pode pensar "Ah, mas não é o produto final... eles podem ter arrumado isso que eu não gostei, afinal, eles veem a reação do público na Demo e corrigem..." e assim eles ainda possuem a possibilidade de ter uma venda. Porém, basta pensar um pouco e ver que isto está longe da verdade.

    A demo do jogo foi lançada na PSN e XBOX Live em 10 de Agosto, com o jogo sendo lançado em 6 de Setembro. Em menos de 30 dias não há tempo para se voltar o jogo para programação, corrigir o que estiver errado e depois mandar printar as cópias. E este tempo entre Demo e jogo final é meio que padrão em todos os jogos, pois eles pretendem primeiro terminar o jogo para disponibilizar a Demo. O que você vê na Demo é o que estará no produto final.

    E é isso. A Demonstração do jogo, em minha opinião, é parte fundamental na venda. Já deixei de comprar vários jogos (o Driver San Fracisco é um deles) por causa de Demo, e já comprei jogos que não dava nenhum valor porque a Demo é muito boa e me convenceu.

    Abraços!

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  3. J J, vc diz que "Cabe ao fabricante do Café e organizador da ação, deixar que o Café esteja em condições ideias para que o cliente goste e compre o produto."

    Só isso faz com que vc concorde com o que eu falei no texto acima: "Concluindo, o que causou estranheza em muitas pessoas pode ter sido a forma na qual o produto (Driver SF) foi apresentado pela Ubisoft desde o início." - Juntamente com os erros 1 e 2.

    A demo do jogo é fraca sim, e o jogo é bom. São formas diferentes de avaliar um jogo. Sou contra demos, pois podem passar uma imagem diferente do produto final, como já citei. A opinião é alterada com uma demo, e a venda pode ser prejudicada ou confirmada, é uma aposta.

    Mas a real finalidade da demo - ao meu ver - é fazer o jogador se familiarizar com o que terá no jogo final, como o "shift" do Driver SF. Mas o jogo foi porcamente apresentado pela Ubi, em outro de seus grandes erros.

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  4. Spencer, não baixei pro Xbox ainda, preciso de um roteador, rs. Mas eu pegaria para o console sem dúvida.

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