quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

5 - O valor de sua diversão

Quando compramos um produto, nós esperamos fazer um bom uso dele. Ou se é um presente, esperamos que a pessoa que receba o produto faça um bom uso dele, não é verdade? Ninguém gosta de gastar dinheiro com coisas que não aproveitam plenamente. Na mercado de jogos é a mesma coisa.

Admita: Você adoraria uma coleção assim

Quantas vezes você já não comprou um jogo apenas pelo hype - que já comentamos em outro artigo - e ao jogá-lo, não foi tudo aquilo que você imaginava ser? Conforme fui adquirindo vários títulos de gêneros diferenciados, acabei pensando em uma maneira de "medir", de uma maneira genérica,  o quanto determinado me divertiu, e se o dinheiro investido realmente valeu a pena.

É uma conta bem simples, e que funciona para os jogos de PC que eu compro. Irei explicar logo a seguir como que eu calculo o entretenimento dos jogos. A fórmula é mais ou menos essa:

Preço de um jogo ÷ Tempo total de jogo = Valor do Entretenimento

O preço do jogo obviamente é o valor que você paga pelo produto. Quanto mais caro for o jogo, maiores são suas expectativas, como consumidor, para que você tenha uma grande experiência ao jogá-lo.

O Tempo total de jogo é o valor em horas que você gastou jogando-o, desde quando você o comprou. Como podemos descobrir esse número? Isso vai depender de vários fatores. No meu caso, eu utilizo o Steam, onde tenho a maior parte dos meus jogos. Cada jogo tem um histórico de horas jogadas desde a sua compra, e isso facilita na hora de calcular. Outros serviços também possuem um histórico de horas que mostra ao jogador quanto tempo ele dedicou a cada jogo.

O Valor do Entretenimento é a média do tempo investido no jogo, dividido pelo preço pago por ele. Isso vai te dar o valor que você acabou pagando por cada hora jogada. Eu prefiro chamar dessa forma pois quando nós compramos um jogo, na verdade não compramos gráficos, história ou jogabilidade. Nós queremos comprar entretenimento (por isso os jogos são entretenimentos eletrônicos) e pagamos por algo que supostamente irá nos manter ocupados durante várias horas. Jogos simples podem nos entreter mais do que produções de milhões de dólares.



Confiram um exemplo, baseado na minha experiência pessoal, com alguns jogos que possuo. Todos os exemplos citados são de jogos que já terminei e que não estou jogando mais, ou seja, já tive minha opinão formada sobre cada um deles.

1 - Borderlands


Valor pago: US$ 50 (faz tempo que comprei)
Tempo total de jogo: 235 h

US$ 50 ÷ 235 h = US$ 0.21

Minha conclusão: Cada hora de jogo até hoje me custou US$ 0.21. Isso significa que ter comprado esse jogo valeu muito a pena, pois tive muitas horas de entretenimento com ele, jogando sozinho ou com os amigos online.

2 - Trine


Valor pago: US$ 10
Tempo total de jogo: 7 h

US$ 10 ÷ 7 h = US$ 1.42

Minha conclusão: Trine é um jogo curto. Zerei ele uma vez, e não joguei mais. Ter pago US$ 1.42 por cada uma dessas horas me faz considerá-lo uma boa compra, pois é um valor que está dentro do que eu pessoalmente considero aceitável.

3 - Limbo


Valor pago: US$ 15
Tempo total de jogo: 2 h

US$ 15 ÷ 2 h = US$ 7.50

Minha conclusão: Falaram tão bem do Limbo que acabei comprando logo no seu lançamento para o PC (com o preço lá em cima). Adorei a experiência que tive com ele, a jogabilidade é boa e o clima meio sombrio também. Mas tudo isso acabou depois de 2 horas de jogo, tempo que levei pra resolver todos os puzzles (o último puzzle me deixou travado por uns 20 minutos) e chegar ao final.

Não sou do tipo de jogador que perde mais algumas horas fazendo conquistas em um jogo depois de tê-lo terminado. Não vejo motivação para isso. Acho ridículo tentar prolongar a experiência do usuário com artifícios como conquistas. Fazê-las durante a primeira vez que você joga, quando você descobre a história e tem todas as surpresas legais que se tem ao jogar algo pela primeira vez, é diferente de você terminar o jogo, conhecer toda a trama e refazer tudo apenas para ganhar o troféu X, Y ou Z.

Minha reação quando o encanto do Limbo
acabou em tão pouco tempo. Se eu tivesse
 pago menos, não teria ficado frustrado.

Ou seja, ao contrário de muita gente que adorou, eu detestei o Limbo pelo simples fato de que paguei caro por um jogo que não me manteve entretido pelo tempo que eu imaginava. Por mais uma vez, fui vítima disso aqui.

4 - Call of Duty: Modern Warfare 3


Valor pago: US$ 60
Tempo total de jogo: 7 h (5 h da campanha e 2 h do multiplayer)


US$ 60 ÷ 7 h = US$ 8.57

Minha conclusão: Já parei de jogar o MW3 e paguei caro por cada uma das poucas horas de jogo que tive com ele. Ao contrário de MW2, que paguei o mesmo preço e joguei por 23 h o single player e 26 h o multiplayer (total de 49 h), ficando com uma média de US$ 1.22 por cada hora de jogo. O MW3 valeu a pena ter comprado, o MW3... Sim, fui um tremendo idiota.

E o último exemplo...

5 - Team Fortress 2 


Valor pago: R$ 80 (US$ 42 na cotação de 29/12 - comprei no lançamento aqui no Brasil)
Tempo total de jogo: 1210 h

US$ 42 ÷ 1210 h  = US$ 0.03

Minha conclusão: Tá na cara que o TF2 é um dos meus jogos favoritos, pois joguei por mais tempo (ainda jogo, mas bem pouco) e seu entretenimento fica cada vez mais barato. Foi um investimento de R$ 80 que muita gente pode achar caro, ou preferir comprar o jogo pirata, mas que no longo prazo valeu muitíssimo a pena. Pessoalmente, eu considero uma boa compra um jogo que tenha me custado menos de US$ 2.00 a hora, depois de tê-lo jogado até o fim pela primeira vez (sem repetições por causa de conquistas).

Dados os fatos, constatamos que...

Se você conseguir ter uma noção de quanto tempo você gastou em determinado jogo, pode aplicar essa conta e assim ter idéia de quanto o seu entretenimento pesou no seu bolso, compensando (ou não) o dinheiro investido. Não importa se é um jogo cheio de ação ou parado demais, se é linear ou se tem grande liberdade de para tomar suas escolhas e mudar o rumo da história. O que importa no fim das contas, é se você fez um bom investimento, e isso se refletirá nas horas gastas em seu jogo favorito. Afinal de contas, se você joga muito um jogo, é porque você de fato gosta dele.

Deu trabalho pra juntar? Então gaste com sabedoria.

Outra vantagem de medir aquisições dessa forma é que você evita certas influências que pode ter erroneamente com análises de jogos e opiniões negativas de quem jogou e não gostou. Cada pessoa tem seu gosto, e o um elemento que você não gostar em algum jogo, outra pessoa pode adorar. Mas ainda assim, se ela jogar por pouco tempo e deixar o jogo de lado, na realidade não foi uma boa compra.

Já falei ali em cima que essas opiniões são pessoais, então você tem o direito de discordar e falar o que acha no formulário abaixo.

Desculpem pelo tamanho do texto!

... Um feliz 2012 para todos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

4 - O Abuso de DLCs nos Games: Dirt 3

Esse post era para ser escrito junto com o anterior, onde falo sobre Call of Duty e seus ridículos Map Packs, mas o texto ia ficar grande demais e decidi separar em dois. O segundo jogo que gostaria de citar um exemplo de abuso nos DLCs é consagrado DiRT 3, da Codemasters.

Neve - Uma das poucas novidades reais de DiRT 3, comparando com DiRT 2


Não tenho nada contra a jogabilidade desse jogo. Adoro jogos de corrida, e os britânicos da Codemasters sabem fazer isso com maestria. O problema é que o estúdio se "corrompeu" aos hábitos da indústria moderna, da mesma forma que tantas outras por ai que já perderam meu respeito, e adotaram os DLCs não como uma ferramenta complementar, mas como uma ferramenta necessária para aproveitar 100% do seu jogo. Querem saber como isso é possível?

Quando comprei DiRT 3, fiquei empolgado pois adoro a série e já estava jogando seu antecessor, DiRT 2. Meus amigos me falaram que o jogo era igual ao anterior, mas com novos carros, pistas e por ai vai. Ok, vamos jogar. Fiz o primeiro campeonato, peguei troféu de ouro (grande coisa...), o segundo campeonato, mais uma troféuzinho.

No terceiro campeonato (ou foi no segundo, não lembro exatamente agora), começou a sacanagem: Joguei todas as corridas, mas faltou a última que precisava para ganhar o troféu de ouro. Não podia jogá-la, pois tinha que comprá-la separadamente do jogo. Sim, me refiro ao circuito de Monte Carlo. Se eu não comprasse, eu poderia jogar os outros campeonatos normalmente, pois já tinha pontos de experiência. Mas eu queria completar o maldito torneio, e para isso eu tinha que comprar o DLC.

A pista e o carro dessa imagem, você só terá ao
pagar uma taxa extra.


Isso sem falar na quantidade enorme de carros vendidos separadamente do jogo. Quando pensei em todos os problemas, concluí que só tinha comprado cerca de 35% do jogo normal. E paguei o mesmo preço de um lançamento.

Sem pensar, sai do jogo e o desinstalei apenas por não estar de acordo com valores que eu tenho em relação ao entretenimento eletrônico. Claro, joguei um pouco do multiplayer, mas nada que eu já não tinha no DiRT 2, sem a sacanagem de ter pistas separadas na campanha single player.

Conclusão: Provavelmente não comprarei um novo jogo da série DiRT apenas pela má impressão que tive ao jogar DiRT 3 em suas primeiras horas. Voltei a jogar o DiRT 2, pois é exatamente o mesmo jogo com menos frescura. O valor (não preço) de um jogo está cada vez menor e quem sofre com isso no fim das contas, é o consumidor e principalmente, fã do jogo. Pensem nisso e compartilhem suas experiências, caso tenham passado por algo parecido.

Vou parar por aqui com os exemplos de jogos que abusam de DLCs, mas existem muitos outros por ai com conteúdo igualmente inútil e que apenas suga alguns centavos ou dólares de sua carteira em troca de mudanças estéticas. Dificilmente a indústria voltará a oferecer DLCs com um custo x benefício que realmente valha a pena. Ainda assim, existem conteúdos descarregáveis que valem muito a pena comprar, mas que serão discutidos em outro momento.

3 - O Abuso de DLCs nos Games: Call of Duty

Uma das coisas que quando começou a surgir na indústria eu apoiava, e agora eu condeno uns... digamos, 80% de tudo que aparece, são os DLCs. Os malditos conteúdos descarregáveis para os jogos. Existe coisa mais nojenta do que esses conteúdos para os jogos? Pior que existe. Mas vamos comentar isso em outro post.

Evolução (?) do mercado de games e seus conteúdos extras.


Por que eu odeio tanto os DLCs? Pelo simples fato de ser uma muleta para a indústria explorar ainda mais o bolso do consumidor, que já paga caro em seus jogos (acho que não preciso dizer que me refiro a pessoas que compram jogos originais) e oferecendo conteúdo extra supérflulo e o pior de tudo, com valor aquém em relação ao preço cobrado. Mas nem sempre foi assim.

DLCs na verdade, existiam com outro nome: Expansões ou Expansion Pack. Jogos de PC tinham pacotes de expansão que adicionavam algumas horas a mais de jogo numa campanha, por um preço inferior ao jogo normal. No fim das contas, era uma relação custo x benefício que valia a pena, pois você comprava mais entretenimento por menos preço.

Com a chegada da distribuição digital na indústria, tanto PCs quanto consoles passaram a utilizar essa forma - mais segura - de distribuir seus títulos sem sofrer tanto com a pirataria. E assim vieram os jogos por download, e as expansões por download, que foram rebatizadas por "DownLoadable Content". Até ai tudo bem, as expansões por downloads eram mais práticas e valiam a pena, eram pedaços adicionais de história para o jogador brincar mais, a um preço inferior ao jogo original.

Mas os conceitos mudaram...

Exemplo de uma expansão de CoD
 que compensava o valor pago.
Algum imbecil teve a idéia de lucrar mais com seu título, explorando o mais puro dos sentimentos de um gamer pelo título que ama: Seu vício. Esse imbecil deve ter passado por uma loja de brinquedos, visto uma boneca Barbie na prateleira em vários modelos diferentes, e pensou consigo mesmo: "E se eu colocar uma roupinha extra no meu jogo a um preço específico? Será que vou vender?" E assim a idéia de conteúdo descarregável começa a ganhar outra forma, não oferecendo mais campanhas adicionais ao jogador, mas sim itens supérflulos como roupas, armas, veículos ou mapas para o modo multiplayer.

Vou dar alguns exemplos de abuso de DLCs que eu pessoalmente acho ridículo, embora façam sucesso. Quem discordar, pode comentar no formulário abaixo.






- Call of Duty e seus Map Packs

Independente de CoD ser um bom jogo, uma coisa nele me irrita profundamente: Como conseguem lançar pacotes com cinco mapas e vendê-los a um preço que equivale a 1/4 do valor total do jogo??

Na prática:

- Preço normal de qualquer CoD: US$ 60
- Preço de qualquer Map Pack, 5 mapas multiplayer*: US$ 15

*Promoções não inclusas




... Não seria melhor fazerem uma história adicional para o jogo e vender pelo mesmo preço do map pack (como era no passado)? Não seria mais valor agregado para o consumidor? Os primeiros CoDs com temática da Segunda Guerra, que existiam ainda na época das expansões, tinham esses conteúdos extras que literalmente dobravam sua longevidade. O mesmo número de fases em um pacote de expansão. Poderia ser até US$ 20, seria um preço justo.

Mas não, vendem cinco mapas para o modo multiplayer a um preço que muitos consideram certo. A verdade foi dita lá em cima: O valor é baseado no nível de vício dos jogadores, e quanto eles estão dispostos a pagar pelo conteúdo. Como vende muito, o sucesso é garantido, e a idéia continua. E nesse caso, a Activision conhece bem o seu público e sabe ordenhar cada centavo de suas carteiras.

Ah, e nem venham me falar que o foco atual de CoD é o multiplayer. Isso eu já sei faz tempo, e não é novidade pra nignuém. Ainda assim, isso não pode ser usado como argumento para uma campanha single player extremamente curta. Também não me digam que o "single player é um tutorial para o multiplayer", pois essa é uma das maiores falácias a respeito desse jogo. Quem joga CoD online, sabe do que estou falando. Você tem que jogar e apanhar para aprender a jogar de maneira decente, não apenas zerar a campanha.

Quem acha que o valor cobrado pelos DLCs de Call of Duty é algo justo, por favor, deixem o comentário abaixo. Pois para mim não é nem um pouco.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2 - O Poder da Propaganda e do "Hype"

Acho que todo mundo já sabe que a "propaganda é a alma do negócio" em qualquer idéia que se tenha, e que queira obter sucesso. A mesma coisa acontece também na indústria dos games que conhecemos. Sempre que um novo jogo é lançado e é uma coisa que você gosta, vem aquela ansiedade monstruosa dentro de você, que faz com que você não pense direito - como uma pessoa apaixonada por alguém. Esse é o efeito do "hype".

Efeito do Hype

Estar apaixonado por alguém também pode ser considerado um hype, pois você inicialmente idealiza uma pessoa perfeita, e fecha seus olhos para outras pessoas que estão ao seu redor. Depois de conhecer melhor essa pessoa, você percebe seus defeitos, e muitas vezes o encanto acaba.

Qualquer semelhança com lançamentos de jogos não é mera coincidência.

Quantas vezes você já comprou um jogo achando que ia ser super legal, e no fim das contas se decepcionou amargamente por tê-lo comprado? Você se sente um bobo por ter acreditado que determinado jogo seria tão bom, e viu que mais uma vez, foi influenciado pela propaganda. Quando nós tentamos conquistar uma pessoa, não fazemos a mesma coisa? Pensem... Nos arrumamos e tentamos mostrar sempre nosso melhor lado - fazemos nosso marketing pessoal, o que não é errado. Precisamos despertar o interesse na pessoa / produto / jogo de alguma forma.

Vou dar três exemplos de jogos que na minha opinião tiveram um marketing maciço no momento certo, e se tornaram campeões de venda na indústria, principalmente por terem feito uma ótima campanha publicitária.

Atenção: Eu não vejo os jogos que serão citados a seguir como "ruins". Todos são bons para seu público e merecedores de seu sucesso. Não encham meu saco com fanboyismo nos comentários, ou seja, apenas me xingar e falar que seu jogo favorito é o melhor do mundo e pronto. Tenham mentes mais abertas, por favor.

1 - Call of Duty: Modern Warfare


CoD 4: Modern Warfare  - Eu acho



A série Modern Warfare foi o maior propulsor da franquia Call of Duty, da Activision. Lançado em novembro de 2007, Call of Duty 4: Modern Warfare foi o primeiro de uma trilogia que faria com que o já respeitado jogo de guerra ganhasse novas dimensões no mercado, sendo o título mais vendido em todo o mundo logo em seguida. Sua propaganda foi fundamental na hora certa, pois pela primeira vez, a franquia CoD estaria abortando um conflito em tempos modernos, o que chama a atenção.

A possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial foi uma nova brisa em meio a tantos jogos tematizados na Segunda Guerra, e isso colaborou para o sucesso de CoD.  Existem outros fatores que fizeram desse jogo o mais jogado em todo o mundo, além da propaganda? Até que sim. Ele tem uma boa jogabilidade, um ritmo de combate acelerado (especialmente no multiplayer) e uma curva de aprendizado um pouco mais simples.

Outra aposta de Modern Warfare foi o fator arcade, com pontuações e um sistema de evolução que empolga o jogador, sempre desbloqueando conteúdo novo (armas e acessórios) a cada nível atingido. Mesmo assim, vendem DLCs a preços absurdos, mas isso não vem a caso agora. Talvez em outro post. O marketing maciço foi um dos principais fatores de sucesso de Modern Warfare, um jogo que mesmo sendo exatamente igual ao seu antecessor (MW3 de MW2), ainda superou suas vendas.

2 - Angry Birds


Melhor atirar pássaros loucos em porcos do que pedras em castelos com reis



Essa foi uma discussão que começou no blog Meio Bit Games e que gerou uma certa polêmica acerca da originalidade de Angry Birds e seu sucesso devastador no mercado. Recomendo que leiam a notícia e principalmente o campo de comentários. Em suma, não considero Angry Birds um jogo original. Seu sucesso não foi devido a isso, mas devido a um marketing agressivo, produtos tematizados e várias coisas com a marca do jogo estampada.

No início, porém, isso não existia e o sucesso dele veio da reação natural do consumidor pela App Store, que irei comentar logo a seguir. Ah, e Angry Birds também explora uma temática de "bichinhos fofos", que agrada muito mais do que uma temática medieval, como no jogo Crush The Castle, bem semelhante a ele (e lançado bem antes).


3 - World of Warcraft


As boas e velhas aventuras com os amigos num mundo gigantesco


Pra esse jogo, nesse post, vou pegar leve pra não falar besteira, pois muita gente tem mil e um motivos pra discordar de mim. Estou jogando WoW atualmente e quero jogá-lo por mais tempo para ter uma opinião mais concreta de tudo que faz com que esse título seja um sucesso. Mas pelas poucas horas que tenho jogado (comecei há poucos dias), não vi muitas diferenças nas quests principais. É a mesma coisa de "mate X inimigos e traga o item Y para mim". Entrega a quest, ganha um equipamento melhorzinho e o  jogo continua.

Isso porque a Blizzard ainda teve a boa idéia de refazer o início das aventuras, facilitando a vida para jogadores iniciantes. Ok, Azeroth é um mundo gigantesco, e muita coisa pode ser feita. Mas sua essência está me parecendo a mesma de qualquer MMORPG coreano que eu já tenha jogado. Entenda que, quando digo "essência", quero dizer coisas como: "Grind", "Quests", "Sensação de compromisso com grupos / guildas" (irei falar disso num outro post futuro), e uma sensação de evolução que simplesmente não tem fim, criando um círculo de jogatina interminável.

O que fez WoW ser tão popular na minha opinião? Depois de ouvir muita gente que joga há muito mais tempo que eu e que trabalha na área, cheguei à conclusão de que foi um marketing agressivo. Podemos ver isso cada vez que uma nova expansão do jogo é lançada. A Blizzard teve algumas cartas a seu favor, como conhecer bem o público norte-americano, e investir muito dinheiro em propagandas muito bem produzidas, dublagens que aumentam a imersão do jogador, animações de tirar o fôlego... Todo esse tempero especial. De resto, é o mesmo conceito de MMORPG que podemos ver em vários jogos, não tão bem sucedidos.

Agora, a Blizzard quer expandir seus horizontes em mercados promissores, como a China. Assim, nascem os Pandarens. Mas, isso foi do agrado dos fãs ocidentais? Há controvérsias, mas esse papo fica pra outro dia.


A Fórmula Secreta


Por fim, um jogo de sucesso precisa sim ter um marketing agressivo e milhões de dólares investidos apenas nessa área. Não importa se é um jogo com belos gráficos, se tem um estilo medieval, moderno ou fofinho. O que importa é divulgar seu produto logo no início, quando ele entra no mercado. O resto, é feito pelos próprios consumidores, que recomendam o jogo para seus amigos, e os amigos dos amigos, e assim cria um mar de jogadores, que se tornam fãs e em seguida uma legião de fãs. Pensem nos três jogos citados: Gêneros diferentes, e uma coisa em comum. A fórmula secreta do sucesso, também chamada de divulgação, despertando o desejo (hype) nos consumidores.

.... Ou quando sai uma nova atualização de seu jogo favorito, você nunca sente um friozinho na barriga de ansiedade?

1 - Estréia Gloriosa

E assim começamos mais um blog na internet, um espaço virtual com zilhões de outros blogs semelhantes e provavelmente bem melhores que esse aqui. Por que decidi criar esse blog? Apenas por gostar de escrever e poder fazer isso de uma forma mais livre do que nos lugares onde eu trabalho.

O que pretendo falar nos posts desse blog? Praticamente tudo que me chamar a atenção, referente ao mundo dos games. A indústria em si e jogos em geral, coisas que me chamam a atenção. Vez ou outra, pode aparecer algum assunto que valha a pena ler e comentar.

A imagem que ilustra esse post reflete minha intenção ao tê-lo criado: Assuntos simples e que trazem boas lembranças aos leitores, especialmente os mais veteranos na área. Não quero dizer que os assuntos publicados aqui serão voltados para pessoas mais velhas, mas pode ser que essas venham a entender com mais facilidade algumas idéias - ou não.

Digo isso porque a indústria de games que conhecemos hoje está bem diferente da indústria na qual eu comecei a jogar, quando criança. E muitas pessoas já nasceram em meio às mudanças dessa indústria, não tendo vivenciado algumas coisas importantes que ficaram para trás.

Dou início a esse blog levantando uma pequena discussão: A indústria dos games mudou para melhor ou para pior, e por que? Sim, esse é um tema bem clichê nos dias de hoje, mas eu tenho que começar de alguma maneira, então me dêem um desconto.

Como sempre, críticas e sugestões serão sempre ouvidas. Trollagens serão sempre ignoradas e deletadas sem piedade.