sábado, 25 de agosto de 2012

10 - A diferença entre o "fazer" e o "fazer bem feito"

Uma das coisas mais gostosas de se trabalhar com a escrita é a capacidade do improviso. Acordo hoje, querendo escrever um texto aqui no blog para manter a periodicidade semanal que havia prometido entre sexta até domingo, mas sobre o que escrever?



Eu até ia comentar a respeito dos MMORPG, uma vez que o jogo Guild Wars 2 foi lançado há poucas horas (para quem comprou na pré-venda), mas navegando pela internet eu me deparei com outro tema de maior importância e que tomou de vez minha atenção: Um artigo escrito por Sean Malstron, um cara que eu sinceramente gostaria que mais pessoas por aqui conhecessem. Outra coisa que me motivou ainda mais a falar sobre isso foi um bate-papo que tive com alguns amigos recentemente, que me mostrou um pouco da visão deturpada que organizações grandes possuem a respeito de "desenvolvedores independentes". 

O artigo de hoje é uma mescla das idéias do artigo de Malstron, com esse acontecimento no qual poderá diminuir bruscamente um tipo de interação que é necessária para o sucesso - isso se a organização do evento não reconsiderar seu posicionamento.

Eu sei, o texto está um pouco confuso até aqui, mas não quero citar nomes, apenas idéias passíveis de discussão e reflexão. Então vamos lá.

Usando minha história pessoal como exemplo, qual a diferença entre o Alyx que trabalhava desanimado na agência bancária e depois no escritório com contabilidade, e o Alyx jornalista? A paixão de escrever. Aquele desejo de querer fazer bem feito a qualquer custo, mesmo que a perfeição seja uma utopia.



Essa "loucura" de fazer algo que está além da visão diminuta de quem está ao seu redor é o combustível pra fazer algo que vai se destacando mais e mais. Os amigos ao seu redor não são culpados de terem uma visão diminuta de sua idéia, eles apenas não conseguiram ver você voando tão longe quanto você mesmo imaginou - afinal, esta é a sua ambição, não a deles.

Eu acho que tenho uma certa moral de dizer que "arriscar na sua idéia ambiciosa é a melhor coisa que você pode fazer", uma vez que abri mão de tanta coisa chata na vida pra fazer algo que realmente regala minha alma - até mesmo um salário bom. O que normalmente falta é coragem de dar o primeiro passo.

Porém, quando a idéia ambiciosa é colocada em prática, mesmo com um certo receio, existe uma energia que faz com que a pessoa se torne incansável: a paixão, a ambição, a vontade de querer fazer de seu trabalho algo memorável - não apenas mais um entre tantos.



Esses são os três ingredientes que resultam em um trabalho bem feito, e destacam seu trabalho dos demais. Levando essa idéia para a indústria de jogos, por que existem tantos jogos com orçamentos milionários e que sempre passam a sensação de serem "cópia de alguma coisa"? Por que são projetos que, apesar de terem toneladas de dinheiro, não possuem ambição. São projetos que ficam em uma zona de conforto que - para as publishers - é mais vantajoso. 

Digam-me, caros leitores, quais empresas seriam loucas de perder milhões de dólares em um projeto AAA totalmente ambicioso? Poucas, ou no momento não lembro de nenhuma (deem exemplos nos comentários). É mais seguro fazer um projeto "mais do mesmo" do que um projeto realmente inovador - um entretenimento memorável e verdadeiro.

O "tempero" que faz a diferença

Memorável - essa é a palavra que deve estar presente em seus projetos, caso você crie jogos ou qualquer outra coisa na vida. E para ser algo memorável, precisa ter ambição. Um projeto modesto de jogo está fadado ao fracasso. De jogos medíocres, o mundo já está cheio. 



Em algum ponto, o projeto precisa ser ambicioso. Seja na trilha sonora, seja no conceito de game design (Mega Man manda um abraço), seja nos gráficos... Existem tantos detalhes que podem pegar o jogador "de jeito" e fazê-lo pensar em como foi boa tal experiência de entretenimento... Jogos com visual retrô podem ser memoráveis, com uma trilha sonora marcante, ou uma história forte, por exemplo. As possibilidades são inúmeras.

Lembram que no início do artigo eu citei que a organização de um evento estava com uma visão que considero errada a respeito do que é um "desenvolvedor independente"? O erro que essa organização está cometendo é simplesmente considerar "injusto" que pessoas mais experientes na área possam estar lado a lado com estudantes de criação de jogos. Mas é essa interação que os estudantes querem. Qual é o novato que não gostaria de bater papo com alguém cujo trabalho admira profundamente? Trocar e-mails, experiências, dicas, tudo isso é válido entre novatos e pessoas que já colocam a mão na massa - em um mercado de jogos tão injusto como o Brasil.



O erro dessa organização vai permitir apenas que jogos simples e medíocres estejam lado a lado com outros jogos igualmente medíocres (pois provavelmente serão projetos amadores de cursos de jogos), nada que realmente impressione o visitante do evento - que paga o ingresso para ter entretenimento, algo que chame sua atenção. Não apenas ficar andando para lá e para cá o tempo todo sem algo bacana acontecendo.

Claro, as maiores atrações estarão com as maiores empresas. Talvez pensem que desenvolvedores independentes não tenham trabalhos legais e que prendam a atenção do visitante, vai saber.

Espero mesmo que reconsiderem, pois o "desenvolvedor independente" não precisa ser um "desenvolvedor medíocre" e ser apresentado em um evento com este rótulo subliminar. Todos gostam de fazer jogos, o diferencial está na experiência de vida profissional de cada um, e a ambição que carregam dentro de si. Nenhum curso vai te ensinar a ter ambição ou paixão de verdade, ela vai nascer dentro de você. E a melhor forma disso acontecer é conversando com pessoas já atuantes na área.

Se você cria jogos, qual é a sua ambição? Já parou para pensar nisso? Fica a dica.

Por falar em reflexão, caso tenham gostado do tema abordado, leia mais aqui (em inglês).

Bom fim de semana a todos!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

9 - Deixando a preguiça de lado

Olá pessoal!

Sei que pouca gente estará lendo esse post, depois do blog ter ficado parado por 7 meses e 3 dias sem escrever nele. Sim, eu faço a contagem do tempo de ausência no blog, e de vez em quando até dou uma acessada para ver como ele está, se não está com poeira ou teias de aranha.

Quem curte jogos de mundo aberto eu só digo isso: Joguem esse


Brincadeiras à parte, decidi voltar a escrever nele, pois é o meu espaço pessoal. Escrever é algo que eu definitivamente amo fazer na minha vida, e sinto grande prazer nessa atividade. E a vantagem de escrever no meu próprio blog é justamente a de eu poder falar o que quiser e escrever textos opinativos, coisa que infelizmente não posso fazer nos meus trabalhos, aqui e aqui.

Mesmo que alguns amigos discordem de mim, eu sempre me considerei um homem muito preguiçoso, desde criança. Se eu não fosse tão preguiçoso, o blog estaria sendo atualizado periodicamente e eu provavelmente teria um emprego melhor do que o que eu possuo hoje. Não estou reclamando do que eu faço, pois faço o que amo. Mas um fato é que mais portas estariam abertas na minha vida, com certeza.

Dito isto, prometo manter uma periodicidade mínima aqui no blog, que será semanal. Isso mesmo, nas noites de sexta-feira, ou nos finais de semana, digitarei algumas palavras por aqui, e assim manterei meu querido blog atualizado.

Respondendo a pergunta de um dos meus poucos leitores a respeito do nome do blog, vou deixar bem claro: Esse blog não é apenas sobre Bomberman, é sobre assuntos gerais relacionados a games: indústria, mercado, curiosidades, reflexões e tudo mais que eu achar interessante colocar aqui e compartilhar com meus amigos e leitores, dos quais tenho um grande respeito por perderem um pouco de seu tempo acessando e lendo esse conteúdo que não é o melhor, mas é feito com carinho. Para quem não sabe a razão pela qual mudei o nome do blog para Balada do Bomberman, leiam este curto post.

Vejam só, já escrevi demais para um post de "retorno", e nem cheguei a comentar sobre games. Bom, só pra não ficar sem algo relacionado à temática desse blog, estou jogando Sleeping Dogs (foto acima) e estou gostando muito. Irei fazer uma análise dele para o TechTudo, então não vou me aprofundar muito nesse jogo por aqui. Os próximos títulos que gostaria de jogar são: Darksiders II, Guild Wars 2 e Assassin's Creed 3. Ah, de vez em quando, jogo alguns assaltos em Payday: The Heist e com alguma sorte, podem me encontrar apanhando nos servidores brasileiros de Team Fortress 2. Juntem-se à surra, estou acostumado a sofrer por lá.

Da próxima vez eu prometo me aprofundar mais no assunto "games". Acho que o post já está grande demais, não quero fugir do meu objetivo de texto "curto" e "semanal".

É isso gente. Um grande abraço e até a semana que vem!